Dados são da Troposlab em parceria com a UFMG, e apontam o estado mental dos empreendedores que tiveram desafios decorrentes do isolamento social e, também, das consequências econômicas e pessoais para seus empreendimentos.
A pandemia trouxe uma série de incertezas para o mundo dos negócios, afetando a saúde mental de uma grande parcela de empreendedores brasileiros.
Para mapear as dimensões desse cenário, a Troposlab, empresa especializada em inovação, em parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), realizou pelo segundo ano consecutivo um estudo pioneiro no Brasil sobre a saúde mental dos empreendedores em tempos de pandemia.
A pesquisa revela que 30,13% dos entrevistados iniciaram acompanhamento psicológico durante a crise sanitária. Além disso, 53,5% dos participantes disseram ter sido diagnosticados com ansiedade, e 11,22% com depressão – em ambos os casos as avaliações foram realizadas por profissionais especializados. O levantamento contou com a participação de 312 empreendedores de praticamente todos os estados do Brasil.
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Quando comparado ao estudo realizado no ano passado, foi possível perceber que, proporcionalmente, houve uma maior quantidade de pessoas que começaram a utilizar medicamentos psiquiátricos em 2021 – 26% neste ano, enquanto 16% alegaram tomar esse tipo de medicação em 2020.
A atual edição da pesquisa mostra também que o início do uso de ansiolíticos entre empreendedores saltou de 6% para 10%, e de antidepressivos de 3% para 8%, em relação ao ano anterior.
De acordo com Marina Mendonça, sócia e diretora de cultura e times da Troposlab, existe uma conexão significativa entre o sofrimento psicológico e a queda da renda dos empreendedores.
“No geral, é possível observar que empreendedores que reportam queda na renda também estão classificados com mais frequência com sintomas moderados e severos de ansiedade ou depressão. Em relação ao estresse, pessoas que respondem que tiveram queda na renda também apresentam mais sintomas severos”, afirma.
O estudo observou ainda que no ano passado, 51,1% dos empreendedores tiveram a vida afetada pela pandemia, mas que se sentem bem a maior parte do tempo, enquanto 24,9% dos empreendedores afirmaram que foram muito afetados. Já em 2021, 53,31% dos respondentes sentem que foram afetados e 21,49% muito afetados. Isso demonstra que não há diferenças significativas entre os períodos.
Quanto à percepção geral dos participantes sobre a pandemia, a maioria diz considerar o ambiente mais incerto (73,72%), mas os índices de 2021 são um pouco menores do que os de 2020. Por outro lado, 77,89% afirmam possuir habilidades para lidar com os desafios impostos pela crise sanitária, afirmação que se mantém semelhante aos dados do ano passado
Os resultados continuam a apontar que as mulheres apresentam maior intensidade de sintomas severos para ansiedade (12,50%), quando comparadas aos homens (2,84%), estresse (7,35% contra 1,13%) e também, maior prevalência de depressão (6,61% contra 2,84%).
“Nosso objetivo é aprender sobre o empreendedor. Percebemos lacunas de conhecimento sobre como ele se desenvolve, sua personalidade, saúde mental e outros elementos que impactam suas escolhas e desempenho nos projetos empreendidos. Em nossa visão, gerar conhecimento sobre esses elementos pode nos ajudar a construir um ambiente de negócios mais sustentável. Essa pesquisa é um de nossos esforços e entregas para esse ecossistema. Para que ele nos aproxime de parceiros e provoque novas iniciativas que gerem frutos para a ciência no Brasil e para o desenvolvimento saudável de nosso ambiente de negócios e inovação”, conclui a executiva da Troposlab.
Fonte: Contábeis
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